Unidades do SUS usarão prontuário eletrônico em 2017
Até o final de 2017, todas as 41,6 mil unidades de atendimento básico do SUS estarão utilizando prontuário eletrônico, que possibilitará o controle das ações de saúde e a melhoria do atendimento ao paciente. A previsão é do representante do Ministério da Saúde, Allan Alves, que participou no dia 22 de novembro, do debate no Painel Telebrasil, que aconteceu em Brasília. Segundo ele, até agora apenas 2,9 mil utilizam o sistema, enquanto outras 7 mil usam soluções privadas de gestão das ações.
Para o final de 2018, a expectativa é de que outros serviços estejam integrados ao sistema SUS, como o Registro Eletrônico de Saúde e o Conjunto Mínimo de Dados, que suporta informações agregadas e indicadores, para facilitar a gestão e planejamento de políticas públicas. Os recursos destinados ao projeto estão na ordem de R$ 500 milhões. O Ministério da Saúde abrirá o pregão para contratação do repositório nacional das informações dos pacientes em nuvem.
De acordo com Alves, a implantação do programa dependerá de reforço na infraestrutura de rede em diversos municípios e na conectividade de unidades. Mas a dimensão de investimentos nesse setor depende de levantamento, que será concluído no início de dezembro.
Outras iniciativas do governo também contribuirão para a evolução da digitalização dos serviços de saúde pública no país. É o que afirma o diretor do Departamento de Ecossistemas Digitais do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Otávio Caixeta. Ele disse que o INOVApps, do MCTIC, tem estimulado a criação de aplicativos também na área da saúde, além do programa Startup Brasil, com 18 novos negócios apoiados para área de saúde de um total de 183.
Caixeta citou também a Rede Universitária de Telemedicina (Rute) da Rede Nacional de Estudos e Pesquisas (RNP), que conecta 112 hospitais universitários e 60 grupos de interesse. Ele reconhece, entretanto, que a revolução digital não acontece no mesmo ritmo acelerado no setor de saúde.
O diretor da Accenture, Ricardo Mayer, diz que entregar saúde pública para 200 milhões de habitantes não é tarefa fácil, com nível de complexidade extremamente alto. “A saúde fica cada vez mais cara e para viabilizar é preciso massificar informações”, opina. Segundo ele, a tarefa fica ainda mais difícil com entraves na legislação, que exige a troca de informação entre médicos, e problemas de conectividade, que não suporta o tráfego de imagens de alta definição. “Isso requer infraestrutura adequada”, observa. Mas entende que o Brasil está caminhando para atender a estratégia de e-saúde, proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS).